Reflexões sobre o livro "A educação como prática de Liberdade" (Paulo Freire)

 

Reflexões sobre o capítulo 4 – "Educação e Conscientização"

Ana Paula da Cunha Costa

Discente da disciplina "Alfabetização e Letramento" (Pedagogia IFG Goiânia Oeste)

 

·               Com um alto índice de crianças em idade escolar sem estarem na escola, na década de 60, cerca de 4.000.000 e cerca de 16.000.000 de analfabetos na faixa etária de 14 anos, tornara-se uma preocupação no que diz respeito a democratização e centrou o questionamento sobre a possibilidade de processo de alfabetização de adultos, pensando este processo como posição de tomada de consciência, frente a realidade a promoção da ingenuidade em criticidade.

·            Uma alfabetização do homem como sujeito e não paciente da imposição de sujeito para objeto, sendo que não precisa ser um homem alfabetizado para pertencer a esse processo. Basta ser capaz de saber, ainda que seja um saber meramente opinativo, mas desenvolvendo a consciência crítica.

·         Tendo em vista os processos de consciência dos sujeitos, vemos algumas como a: consciência crítica na qual ocorre na existência do conhecimento empírico, através das relações e circunstâncias; a consciência ingênua se opõe a crítica, em que se vê como superior aos fatos, associaria essa consciência ao senso comum; já a consciência mágica se opõe as duas outras, se julga pelo fatalismo, paralisando o homem de antes dos fatos e impossibilitando-o de reagir.

·                “Mas, como realizar esta educação? Como proporcionar ao homem meios de superar suas atitudes, mágicas ou ingênuas, diante de sua realidade?” “Como ajudá-lo a criar, se analfabeto, sua montagem de sinais gráficos? Como ajudá-lo a inserir-se?

·         
 
Pensando com Freire, inicialmente a esperança parte da comunicação, do diálogo, não somente no que diz respeito a estruturação política, mas na formação humana. Através da interlocução cultural, pensando no “papel ativo do homem em sua e com sua realidade.” A democratização cultural se torna uma chave de abertura para o processo de alfabetização frente as relações e a introdução de escrita e leitura, mas com uma visão empírica, exercendo seu “O papel ativo do homem em sua e com sua realidade.”

·                  Frente a análise acima não poderia deixar de exemplificar o texto de Carlos Brandão “Seu Ciço” na qual se exemplifica as trocas de conhecimento não apenas no processo formativo, mas na construção de mundo dos sujeitos.

·     “A conclusão dos debates gira em torno da dimensão da cultura como aquisição sistemática da experiência humana. E que esta aquisição, numa cultura letrada, já não se faz via oral apenas, como nas iletradas, a que falta a sinalização gráfica. Daí, passa-se ao debate da democratização da cultura, com que se abrem as perspectivas para o início da alfabetização.” “O analfabeto apreende criticamente a necessidade de aprender a ler e a escrever. Prepara-se para ser o agente deste aprendizado.”

·               O papel do educador frente a formação e construção dos sujeitos torna-se indispensável quando os mesmos proporcionam situações e instrumentos que auxiliam o processo da aprendizagem, a partir do diálogo.

·         Algumas metodologias foram analisadas para esse auxilio na construção do processo de alfabetização.  O primeiro foi “levantamento do universo vocabular dos grupos com quem se trabalhará”, um levantamento através do diálogo com os analfabetos que participaram da pesquisa e a compreensão dos mesmos referente a necessidade da alfabetização em suas vidas. “Quero aprender a ler e a escrever”, disse uma analfabeta do Recife, “para deixar de ser sombra dos outros.”

·              A segunda etapa é construída através da escolha das palavras, selecionadas do universo vocabular pesquisado, sobre os seguintes critérios: riqueza fonêmica; o das dificuldades fonéticas; o de teor pragmático da palavra que se implica na pluralidade social e cultural.

·              A terceira etapa consiste na criação de situações existenciais típicas do grupo com quem se vai trabalhar; a quarta etapa se institui na elaboração de fichas roteiro, que auxiliem os coordenadores de debate no seu trabalho; a quinta etapa é criação de fichas com a decomposição das famílias fonêmicas correspondentes aos vocábulos geradores.

·          Essa metodologia possui um processo de execução prático em que através da primeira palavra geradora se inicia um debate em torno dos conhecimentos prévios a seu respeito, em seguida começa a se desenvolver uma visualização a respeito desta palavra e não uma memorização, a partir do estabelecimento de vínculos semânticos. “Apropriando-se criticamente e não memorizando — o que não seria uma apropriação — deste mecanismo, começa a produzir por si mesmo o seu sistema de sinais gráficos.”

·              Afirmação fundamental que nos parece dever ser enfatizada é a de que, na alfabetização de adultos, para que não seja puramente mecânica e memorizada, o que se há de fazer é proporcionar-lhes que se conscientizem para que se alfabetizem.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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