A Inserção dos Bebês e Crianças Pequenas no Mundo dos Livros
Livros, placas, letreiros, rótulos de
embalagens, smartphones, computadores fazem parte do cotidiano da criança desde
que ela nasce e é claro que elas sentem curiosidade para saber o que significam
estes símbolos que contém neles. Seria possível inserir bebês e crianças pequenas
no mundo das letras, mais especificadamente dos livros de maneira
significativa?
Estudos apontam que mesmo antes que a criança
aprenda a falar, ouvir histórias contribui para o desenvolvimento dessa
oralidade além de outros processos cognitivos. Sabendo da importância de ouvir
histórias e dos livros, agora cabe a nós refletirmos sobre isso. Como inserir
bebês e crianças pequenas no mundo dos livros? Existe material adequado para
esta faixa etária? É possível propor ações intencionais de práticas de leitura
com crianças tão pequenas?
Precisamos pensar então, primeiramente no
ambiente como aliado na construção dessa prática. O ambiente de leitura deve
ser um local organizado intencionalmente de maneira a ser confortável,
acolhedor e convidativo. A criança deve se sentir livre e com autonomia para
poder manusear à vontade os livros oferecidos, portanto estes materiais de
leitura deverão estar acessíveis a seu campo de visão. Estantes baixas, cestos
ou caixas com livros, como também tapetes, almofadas e cadeiras adequadas para
o momento de deleite são itens essenciais.
Ambiente organizado, nos deparamos com uma
grande preocupação do adulto: o material a ser oferecido. O mercado de livros
infantis avançou bastante nos últimos anos e já podemos contar com um vasto
acervo dedicado aos menores: livros de pano (podem ser levados até para a
cama), livros de banho (de material plástico que podem ser utilizados até na
banheira), livros cartonados (folhas mais resistentes às mãozinhas
exploradoras), livros pop-up (aquele tridimensional que encantam crianças e
adultos), livros sensoriais (que trazem texturas diversas), livros musicais ou
com som e por fim os livros tradicionais com ou sem escrita.
E o adulto? Qual seu papel? Além de organizar o
ambiente de maneira intencional como foi dito acima, se faz necessário promover
vivências em que a criança possa compreender a função do livro, então propor
rodas de leitura em grandes e pequenos grupos, sempre mostrando o sentido de
como as palavras no livro são escritas (esquerda para direita), mostrar as
imagens e personagens, usar de entonações de voz diferentes, fazendo com que a
história se torne mais divertida, deixar que após a leitura, as crianças possam
manusear também o livro lido.
Com o tempo, as crianças vão se apropriando do
significado do objeto-livro, fazendo dele parte de sua rotina e quando chegar o
momento da leitura e da escrita, os livros já serão seus parceiros de
caminhada. Deixamos bem claro que não é objetivo da educação infantil
alfabetizar e escolarizar e sim de proporcionar vivências que possam contribuir
para a formação futura de leitores.
JOSÉ
RICARDO SILVA. (org.). Educação
de bebês: cuidar e educar para o desenvolvimento humano. São
Carlos: Pedro e João Editores, 2018.
Como o potencial dos bebês é grande e como podemos propor inúmeras vivências significativas . Parabéns aos escritores , em especial a minha amiga Juliana Kunz.
ResponderExcluirLivros para alimentar a alma desde pequenos!
ResponderExcluirImportante reflexão. Aqui, Angelina ouve histórias desde o ventre!
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